Quando falamos em geração de energia no Brasil, a energia hidrelétrica é a campeã. Isso porque nosso país possui uma geografia privilegiada, com muitos rios extensos e caudalosos, ideais para instalar grandes usinas. E não é exagero dizer que algumas das maiores usinas hidrelétricas do planeta estão aqui em território nacional.

Mas afinal, quais são as maiores usinas hidrelétricas do Brasil? Neste artigo você vai conhecer as principais, entender onde ficam, qual a capacidade de geração de energia de cada uma e o impacto que elas têm no nosso dia a dia. Bora descobrir essas gigantes que mantêm as luzes acesas em todo o país?

O que é uma usina hidrelétrica?

Antes de mais nada, vale lembrar o que é uma usina hidrelétrica. Trata-se de um complexo que usa a força da água em movimento para gerar eletricidade. A água passa por turbinas, que giram e movimentam geradores, transformando energia mecânica em elétrica.

No Brasil, cerca de 60% a 70% da energia vem desse tipo de fonte. É um modelo considerado limpo, renovável e eficiente, embora também tenha seus impactos ambientais e sociais.

Por que o Brasil tem tantas usinas hidrelétricas?

Graças aos seus rios extensos e caudalosos, como o Amazonas, o Paraná, o São Francisco e o Tocantins, o Brasil é um prato cheio para esse tipo de geração de energia. O clima tropical, com chuvas regulares em boa parte do território, também contribui bastante.

Além disso, a expansão industrial e urbana ao longo dos séculos 20 e 21 exigiu mais eletricidade. Com isso, o país investiu pesado em grandes obras hidrelétricas, algumas com dimensões impressionantes.

As maiores usinas hidrelétricas do Brasil

A seguir, conheça as principais gigantes da energia brasileira. Vamos listar da maior para as menores, com detalhes sobre cada uma.

1. Usina de Itaipu (PR)

Capacidade instalada: 14.000 MW
Localização: Fronteira entre o Brasil e o Paraguai (Rio Paraná)
Início da operação: 1984

Itaipu é um verdadeiro ícone. Durante muitos anos foi a maior usina hidrelétrica do mundo, até ser ultrapassada pela chinesa Três Gargantas. Mesmo assim, continua sendo uma das mais produtivas em volume de energia gerada por ano.

Além disso, é uma usina binacional, ou seja, construída e operada em parceria com o Paraguai. Cada país fica com metade da energia gerada, mas como o Paraguai não usa toda sua parte, o Brasil compra o excedente.

2. Usina de Belo Monte (PA)

Capacidade instalada: 11.233 MW
Localização: Rio Xingu, Pará
Início da operação: 2016

Apesar de ser relativamente nova, Belo Monte já é a segunda maior usina hidrelétrica do Brasil. Ela causou muita polêmica durante sua construção, principalmente por conta dos impactos ambientais e sociais na região amazônica.

Seu modelo é diferente: a usina tem um desvio do curso natural do rio, em vez de inundar grandes áreas com uma represa tradicional. Isso diminuiu o alagamento, mas também reduziu o potencial de geração máxima contínua.

3. Usina de Tucuruí (PA)

Capacidade instalada: 8.370 MW
Localização: Rio Tocantins, Pará
Início da operação: 1984

Tucuruí foi uma das primeiras grandes usinas construídas na região Norte do país. Foi fundamental para o desenvolvimento da indústria de alumínio e para a integração da Amazônia ao restante do sistema elétrico nacional.

Além de gerar muita energia, também cumpre papel estratégico para controlar o fluxo do rio Tocantins e permitir a navegação em alguns trechos.

4. Usina de Santo Antônio (RO)

Capacidade instalada: 3.568 MW
Localização: Rio Madeira, Rondônia
Início da operação: 2012

Parte do chamado “complexo do Madeira”, a usina de Santo Antônio é considerada uma das maiores do tipo “fio d’água”, ou seja, sem grandes reservatórios. Isso significa que depende muito do volume de água do rio para gerar eletricidade.

Ela é importante para abastecer parte da região Norte e também fornece energia para o Centro-Oeste e Sudeste.

5. Usina de Jirau (RO)

Capacidade instalada: 3.750 MW
Localização: Rio Madeira, Rondônia
Início da operação: 2013

A poucos quilômetros de Santo Antônio, a usina de Jirau compõe o mesmo complexo e também funciona no modelo de fio d’água. Juntas, as duas são responsáveis por boa parte da energia gerada na Amazônia Ocidental.

Mesmo com menor capacidade do que outras gigantes, sua produção é significativa para o Sistema Interligado Nacional.

6. Usina de Ilha Solteira (SP/MS)

Capacidade instalada: 3.444 MW
Localização: Rio Paraná, entre São Paulo e Mato Grosso do Sul
Início da operação: 1973

Ilha Solteira foi uma das obras mais importantes do setor elétrico brasileiro nos anos 1970. Junto com a usina de Jupiá, forma um conjunto importante na Bacia do Paraná, principal fornecedora de energia para o Sudeste.

7. Usina de Xingu (Usina Belo Monte – Sítio Pimental)

Capacidade instalada: 233 MW
Localização: Parte do complexo de Belo Monte

Embora menor, o sítio Pimental é parte estratégica de Belo Monte. Ele faz o papel de desviar o rio e controlar a vazão para a casa principal de força. Mostra como algumas usinas são divididas em partes com funções diferentes.

Outras usinas importantes no Brasil

Além das gigantes citadas, o Brasil tem centenas de outras usinas menores, mas que também contribuem para o fornecimento de energia. Algumas delas são:

  • Usina de Jupiá (SP/MS) – Capacidade de 1.551 MW
  • Usina de Estreito (MA/TO) – Capacidade de 1.087 MW
  • Usina de Serra da Mesa (GO) – Capacidade de 1.275 MW
  • Usina de Paulo Afonso (BA) – Um conjunto de usinas com produção expressiva no Nordeste

Essas estruturas são fundamentais para manter o equilíbrio da geração nacional, especialmente em épocas de seca nas regiões mais dependentes.

Qual a importância dessas usinas para o Brasil?

As grandes hidrelétricas são a base da matriz elétrica brasileira. Elas oferecem energia mais barata e limpa, principalmente em comparação com fontes térmicas que queimam combustíveis fósseis.

Além disso, ajudam no desenvolvimento regional, criando empregos e infraestrutura. Porém, também geram impactos significativos, como o alagamento de áreas inteiras, deslocamento de comunidades ribeirinhas e alterações no ecossistema.

Por isso, o Brasil também busca diversificar sua matriz energética, incluindo mais energia solar, eólica e até biomassa nos últimos anos.

Hidrelétricas brasileiras no cenário mundial

No ranking global, Itaipu ainda figura entre as maiores geradoras de energia elétrica do mundo, mesmo tendo sido ultrapassada em potência instalada por usinas da China.

O Brasil continua sendo um dos países com maior dependência de energia hidráulica, o que é positivo por um lado (menor emissão de gases) mas também traz riscos em tempos de estiagem prolongada.

Energia limpa, mas com desafios

Embora a energia hidrelétrica seja considerada limpa, ela não está isenta de polêmicas. O desmatamento de áreas para a construção de barragens, o impacto na fauna aquática e os conflitos com povos indígenas e ribeirinhos ainda geram debates.

Mesmo assim, com os devidos cuidados, as usinas hidrelétricas seguem sendo um pilar essencial da infraestrutura energética brasileira.

Agora que você já conhece as maiores usinas hidrelétricas do Brasil, fica fácil entender a dimensão do investimento necessário para manter o país iluminado. Essas gigantes não são apenas construções monumentais, mas símbolos da força da engenharia brasileira e da importância dos recursos naturais do nosso território.

Com planejamento, inovação e responsabilidade ambiental, é possível continuar aproveitando o potencial dos rios brasileiros, sem esquecer da preservação e do respeito às pessoas que vivem próximas dessas regiões.